Por Ana Caroline Patu
Um dos estudos mais importantes apresentados no San Antonio Breast Cancer Symposium 2019, o maior congresso de Oncologia mamária do mundo, foi o HER2CLIMB, publicado simultaneamente no New England Journal of Medicine. Este estudo avaliou o inibidor de tirosina quinase tucatinib em combinação com trastuzumabe e capecitabina versus trastuzumabe e capecitabina em pacientes com câncer de mama metastático ou localmente avançado HER2 positivo que progrediram com trastuzumabe, pertuzumabe e T-DM1, incluindo pacientes com metástase cerebral.
O objetivo primário do estudo foi sobrevida livre de progressão (SLP) e os secundários foram sobrevida global (SG), sobrevida livre de progressão em pacientes com metástase cerebral e taxa de resposta em pacientes com doença mensurável. Foram incluídas neste estudo 612 pacientes entre fevereiro de 2016 e maio de 2019, com acompanhamento mediano de 14 meses. Tivemos redução de 46% de risco de morte nas pacientes do braço do tucatinibe, a SLP foi de 7,8 meses versus 5,6 meses e a mediana de SG mediana foi de 21,9 vs 17,4 meses, a favor do
tucatinibe.
Entre os pacientes com metástase cerebral, houve redução de 52% no risco de progressão ou morte, com aumento de taxa de resposta de 41% vs 23% a favor do braço experimental. Os principais efeitos adversos relacionados ao tucatinibe foram diarreia, síndrome mão-pé, náusea, fadiga e aumento de enzimas hepáticas, com baixa taxa de descontinuidade da droga, aproximadamente 5,7%.
Como conclusão, a associação do tucatinibe ao trastuzumabe e capecitabina em pacientes que progrediram as principais terapias para tumores HER2 positivo, apresentou importante ganho de sobrevida global, sobrevida livre de progressão e taxa de resposta, principalmente em pacientes com metástase cerebral.
Graduação em medicina na Universidade Federal de Pernambuco.
Residência médica em oncologia clínica no Hospital Sírio Libanês, São Paulo-SP.
Oncologista do Real Instituto de Oncologia e do Hospital das Clínicas da UFPE.
Preceptora de Residência médica de Oncologia Clínica do Real Hospital Português.