Por: Carolina Zitzlaff
Recentemente apresentado no Congresso Europeu de Oncologia, o estudo PROfound avaliou o uso de olaparib comparado a terapias padrão em câncer de próstata metastático resistente a castração, com alterações em genes de recombinação homóloga, sendo o mais conhecido o BRCA.
O racional do estudo vem de resultado de estudos anteriores que mostram que essa classe de medicações – os inibidores de PARP – tem atividade em outras neoplasias com esta mesma alteração genética, como neoplasia de mama, ovário e pâncreas.
Este foi um estudo Fase 3, randomizado e aberto, que comparou eficácia e segurança do olaparib com Enzalutamida ou abiraterona, em pacientes previamente tratados. Foram incluídos 387 pacientes, já em uso de bloqueio hormonal e que tivessem alterações em alguns dos 15 genes predefinidos, todos eles com papel na reparo da recombinação homóloga. A coorte A incluía pacientes com alterações no BRCA1, BRCA2 e ATM e a coorte B outros 12 genes envolvidos. Os pacientes eram randomizados (2:1) para receber olaparibe ou a terapia padrão.
O desfecho primário, sobrevida livre de progressão radiológica, favoreceu o braço de olaparib, com medianas de 7,39 meses vs 3,55 meses (HR = 0,34 e p < 0,0001). Como desfecho secundário, também houve benefício em sobrevida global, mesmo com crossover permitido, com medianas de 18,5 meses vs 15,11 meses. Ressalta-se que os pacientes mais beneficiados eram os com mutação BRCA2.
Em relação aos efeitos adversos, o grupo tratado com olaparib apresentou mais anemia, nausea, inapetência e fadiga, com 16.4% de necessidade de suspensão do tratamento, em relação a 8.5% no tratamento padrão.
Este estudo valida o uso de Olaparib em pacientes selecionados, tornando-se mais uma opção a ser oferecida e que mostra a importância da pesquisa de mutações em pacientes com Câncer de próstata metastáticos resistentes à castração.